A cirurgia para epilepsia é geralmente indicada quando os medicamentos não conseguem controlar as crises de forma satisfatória, ou seja, quando a epilepsia é considerada refratária ao tratamento medicamentoso. Outros fatores que podem levar à indicação da cirurgia incluem:
- Crises frequentes e incapacitantes: Quando as crises ocorrem com alta frequência e interferem significativamente nas atividades diárias do paciente.
- Lesão cerebral focal: A presença de uma lesão cerebral identificável que seja a causa das crises.
- Risco de lesões durante as crises: Quando as crises colocam o paciente em risco de ferimentos graves, como quedas ou afogamento.
- Efeitos colaterais intoleráveis dos medicamentos: Quando os efeitos colaterais dos medicamentos são tão intensos que prejudicam a qualidade de vida do paciente.
Tipos de Cirurgia para Epilepsia
Existem diversos tipos de cirurgia para epilepsia, cada um indicado para diferentes situações. As opções mais comuns incluem:
- Ressecção focal: Remoção da área do cérebro onde se originam as crises.
- Calosotomia: Secção do corpo caloso, que conecta os dois hemisférios cerebrais, para impedir a propagação das crises.
- Hemisferectomia: Remoção de um hemisfério cerebral, geralmente indicada em casos muito graves e em crianças.
- Implantes de estimulação: Dispositivos implantáveis que estimulam áreas específicas do cérebro para controlar as crises.
Como é feita a escolha do procedimento cirúrgico?
A escolha do procedimento cirúrgico mais adequado é feita de forma individualizada, após uma avaliação completa do paciente. Essa avaliação inclui:
- História clínica detalhada: Incluindo a frequência, duração e características das crises.
- Exames complementares: Eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética (RM), tomografia computadorizada (TC) e PET-scan.
- Video-EEG monitorização: Um exame que permite registrar a atividade cerebral durante as crises e identificar a área de origem.
Benefícios da cirurgia para epilepsia
A cirurgia para epilepsia pode oferecer diversos benefícios, como:
- Redução significativa ou completa das crises: Em muitos casos, a cirurgia leva ao controle total das crises.
- Melhora da qualidade de vida: A redução das crises permite que os pacientes retomem atividades do dia a dia e tenham uma vida mais independente.
- Diminuição ou eliminação da necessidade de medicamentos: A cirurgia pode reduzir ou eliminar a necessidade de medicamentos antiepilépticos, diminuindo os efeitos colaterais.
Riscos da cirurgia
Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia para epilepsia apresenta riscos, como infecção, sangramento, e a possibilidade de não haver controle completo das crises. No entanto, os benefícios geralmente superam os riscos.
Conclusão
A cirurgia para epilepsia é uma opção terapêutica eficaz para muitos pacientes que não respondem ao tratamento medicamentoso. A decisão de realizar a cirurgia deve ser tomada em conjunto com o neurologista, após uma avaliação cuidadosa de cada caso. A cirurgia pode oferecer uma nova perspectiva de vida para pacientes com epilepsia refratária, permitindo que eles tenham mais independência e qualidade de vida.